quarta-feira, maio 15, 2013

Resenhando desventuras #1 - Trilogia Jogos Vorazes

Depois de muito hesitar em frente ao teclado, resolvi me desvencilhar do pudor e, finalmente, escrever sobre essa trilogia. Jogos Vorazes é feita pra mexer com o psicológico do leitor e transportá-lo sem dó nem piedade ao universo criado por Suzanne Collins; ela, definitivamente, não quis saber de superficialidade.


1 - Jogos Vorazes
O primeiro livro - o qual intitula a série - retrata a realidade dos distritos existentes na nação de Panem, bem como a dos jogos propriamente ditos. Nesse aspecto, a autora não deixou passar nenhum detalhe; desde a origem dos jogos até às regras do mesmo. O leitor consegue - sem maiores dificuldades - se inserir no enredo da trama e desenhar mentalmente tanto os distritos, como as pessoas residentes na Capital (tendo em vista as características altamente peculiares, rs). Os personagens principais são bastante característicos; Peeta Mellark: bom samaritano, padeiro e pintor; Gale Hawthorne: caçador e mineiro; Katniss Everdeen: caçadora e problemática. Sim, problemática. Desde o primeiro livro, é evidente a presença de problemas psicológicos com a 'garota em chamas', problemas esses que foram agravados pela perda do pai mineiro numa explosão subterrânea. Apesar de ser intitulada como heroína pelos moradores do Distrito 12, ao substituir sua irmã nos Jogos Vorazes, Everdeen luta ao longo da história contra seus próprios demônios. Ela não acha que está à altura da imagem formada pelos cidadãos a seu respeito. No entanto, sua bravura e lealdade anulam qualquer comportamento - visto por mim - irritadiço. Seguindo por esse caminho, posso falar sobre os jogos em si; confesso que essa sessão do livro é de tirar o fôlego, apesar do começo ser um pouco maçante. A maneira como os tributos se relacionam, a descrição da Arena e dos apetrechos da Capital, a relação de afeto desenvolvida entre Katniss e Peeta entre outros inúmeros fatores descritos no livro, tornam a história cada vez mais envolvente. O que mais me chamou a atenção durante a leitura, foram na verdade duas coisas: o término de cada capítulo, que é marcado por algum acontecimento, impulsionando o leitor a querer ler o próximo imediatamente. A segunda coisa, foi a crítica ao sistema, subentendida durante todo o livro (não só nesse livro, mas em toda a trilogia, permitindo assim o embasamento da continuação da história). Por fim, eu o classifico como sendo muito bom, a única coisa que me fez perder um pouco o entusiasmo durante a leitura foi o começo, mas NADA que consiga estragar a excelência da história.

2 - Em chamas
Se o primeiro livro é de tirar o fôlego, o segundo dispensa adjetivos. É totalmente marcado por ação; conflitos entre os distritos e a Capital, até os pessoais, como por exemplo entre Katniss e o presidente Snow. Mais uma vez, a minúcia colocada pela autora torna a leitura ainda mais teletransportadora; é possível sentir o cheiro das rosas do presidente, bem como o 'hálito de sangue' do mesmo. A sensação de Katniss ao ser colocada novamente na Arena é absolutamente perceptível e sensível pelo leitor, visto que a riqueza de detalhes é imensa. Vale salientar que, quando menciono imensidão de detalhes, não posso esquecer de informar que isso não torna a leitura cansativa. Ao contrário do que muitos possam pensar, a trilogia possui uma leitura leve e ao mesmo tempo rica, tanto pela trama e temas abordados, quanto pelos detalhes de cada passagem. É, sem dúvidas, o meu livro da série favorito.

3 -  A Esperança
E por último, mas não menos importante, vem o livro A esperança. O grand finale é muito bem elaborado e marcado por algumas reviravoltas. A princípio, o leitor pode achar um pouco confuso ou que o cenário foi modificado demais, mas ao longo da história tudo se encaixa. Também apresenta ação mas, acima de tudo, o último livro da saga tem um teor pensante.  É o desfecho de tudo, o destino final da 'sorte' lançada no início; apesar de não concordar com algumas coisas, acredito que foi um final justo. Uma das coisas que mais me cativou, foi o fato de que não foi um final totalmente feliz e ao mesmo tempo, não foi triste. A autora soube jogar os fatos mais aterrorizantes e chocantes com uma sutileza incrível, e justamente por isso que o impacto foi mais forte. Todavia, o livro não termina com um aspecto pesaroso, apenas com um ar saudoso regado de novas vidas. 

Bem, essa foi a minha exposição em relação à trilogia. Não espero que todos concordem com meu ponto de vista, até porque a leitura é algo totalmente pessoal; apesar de serem lidas as mesmas palavras, as interpretações diferenciam-se de leitor para leitor. E é exatamente isso que torna o ato de ler tão mágico. Para quem ainda não leu, eu recomendo que não espere mais e 'que a sorte esteja sempre a seu favor'. Feliz Jogos Vorazes!

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